Trajetória da Terapia Podal no Ocidente
No primeira artigo conhecemos a TRAJETÓRIA DA TERAPIA PODAL NO ORIENTE, nessa segunda parte vamos conhecer em ordem cronológica, pessoas que impactaram e contribuíram para o desenvolvimento da Terapia Podal do Ocidente para o Mundo.
CIVILIZAÇÕES MAIAS E INCAS
3000 a.C.
Ninguém sabe ao certo quando surgiu a civilização Maia e tampouco é fácil definir quem eram. Os Incas (3000 a.C. ou mais) viveram no Peru, Chile, Bolívia e Equador, mais especificamente na Cordilheira dos Andes.1
Alguns autores relacionados a Terapia Podal, acreditam que as civilizações Incas e Maias praticavam alguma forma de Terapia Podal e que esses conhecimentos foram passados para os nativos norte americanos.2,3,4,5
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NATIVOS NORTE AMERICANOS
Há muitas gerações, os nativos norte americanos praticam uma forma de Terapia Podal, a fim de restaurar o físico, o mental e o espiritual. Eles acreditam que os pés formam os canais de ligação com a Terra e seus elementos.
“Os pés caminham sobre a terra e através deles seu espírito está ligado ao universo. Nossos pés são o nosso contato com a Terra e as energias que fluem através dele”.
Jenny Wallace 4,6,7,8,9
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EUROPA
XIV
Uma forma de Terapia Podal foi conhecida e praticada na Europa do século XIV. Esse tipo de terapia por pressão era também conhecida nos países da Europa Central e praticada pelos trabalhadores e por aqueles que cuidavam das doenças da realeza e das classes superiores.5,10,11
É difícil afirmar com exatidão, como a Terapia Podal chegou à Europa. Alguns autores dizem que foi resultante dos Dominicanos e Franciscanos que viajaram pela China, e outros dizem que Marco Polo introduziu depois de viajar amplamente pela China (1275-1292).4
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Benvenuto Cellini
1500-1571 – EUROPA
Dizem que o escultor Benvenuto Cellini (1500-1571), sofria de fortes dores que geravam muita angústia. Procurou ajuda com amigos, profissionais e médicos no intuito de se tratar. Sem resultados, decidiu fazer seu próprio tratamento e se curou usando pressão sobre os dedos das mãos e pés para aliviar a dor em seu corpo.4,8,12,13
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Dr. Adamus e Dr. A’tatis
1582 – EUROPA
Há relatos sobre dois médicos europeus, Dr. Adamus e Dr. A’tatis que teriam publicado em 1582 um dos primeiros livros sobre Reflexologia.4,8,11,14
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Ivan Petrovitch Pavlov e Vladimir Bekhterev
1849 – RUSSIA
Na Rússia, dois notáveis médicos Ivan Pavlov (1849-1936) e Vladimir Bekhterev (1857-1927) prosseguiram o estudo de reflexos. O estudo centrou-se no psicológico e no aspecto fisiológico de reflexos.4,8,11,15,16
Ivan Pavlov desenvolveu a teoria do reflexo condicionados, o que lhe rendeu o Prêmio Nobel em 1904. Famosa teoria de Pavlov especulou que uma ação reflexa era uma relação simples e direta entre um estímulo e uma resposta. O estudo mais famoso de Pavlov foi a do toque de um sino, que faria a reação reflexa de um cão a salivar.4,8,11,15,16
Vladimir Bekhterev era um excelente neurologista, fisiologista, psicólogo e fundador da reflexologia na Rússia. Bekhterev, independentemente de Pavlov, desenvolveu uma teoria dos reflexos condicionados e inventou o termo “Reflexologia”, que ele definiu como uma disciplina científica que estuda a resposta a estímulos externos ou internos. Estudo dos reflexos de Bekhterev originado a partir de uma perspectiva psicológica. Ele estava sempre convencido de que não havia distinção entre os sistemas nervoso e doença mental. Bekhterev alegou que as doenças nervosas eram frequentemente acompanhadas por distúrbios mentais.4,8,11,15,16
fonte imagem:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7d/Ivan_Pavlov_NLM3.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/de/W._bechterew.jpg
Sir Henry Head
1893 – INGLATERRA
Sir Henry Head (1861-1940) foi um neurologista inglês e realizou pesquisas pioneiras sobre o sistema somatossensorial e nervos sensoriais. No ano de 1893 descobriu que a área da hiperalgia, na superfície do corpo, podia refletir um órgão interno doente. Isso para o pesquisador se dava, pelo fato da pele e o órgão serem sensibilizados por nervos oriundos do mesmo seguimento da medula espinhal. Esse modelo, que mostrava as ligações entre pele e as partes do corpo, era conhecido como as ZONAS DE HEAD ou Zonas de Hiperalgia (DOUGANS e ELLIS, 2006), hoje, conhecidos como Dermátomos. Essas descobertas foram aprofundadas pelos médicos na Primeira Guerra Mundial (1914-18), verificando que os ferimentos de bala causavam dor não só na parte danificada do corpo mas ao longo de todo o trilho de nervos relacionado. (KUNZ B.; KUNZ, 2008)4,8,17
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Dr. William H. Fitzgerald
1913 – EUA
O grande avanço da Terapia Podal se deu no início do século XX, em 1913, com Dr. William Hope Fitzgerald (1872-1942). Um renomado médico americano, cirurgião e especialista em otorrinolaringologista do Boston City Hospital, do St. Francis Hospital Connecticut, Estados Unidos.4,5,8,18,19
Ele começou suas pesquisas sobre Terapia Zonal, após ter entrado em contato com as pesquisas do Dr. H. Bressler, que havia estudado a possibilidade de tratarem órgão usando pontos de pressão, o que era denominado por Terapia de Pressão. Fitzgerald passou a pesquisar e a usar a técnica para ajudar a anestesiar os pacientes durante as operações. Recebeu ajuda do Dr. Edwin Bowers, juntos no ano de 1917, publicou o livro: Zone Therapy or Relieving Pain at Home (Terapia Zonal ou Aliviando a Dor em Casa). (FELICIANO; CAMPADELLO, 2004).4,5,8,18,19
Ele dividiu o corpo em 10 zonas longitudinais que percorrem todo o corpo, sendo cinco para cada pé e cinco para cada mão. Conforme essa teoria, cada zona do corpo corresponde a uma parte específica do mesmo, e as partes se influenciam mutuamente através do fluxo de energia (DOUGANS; ELLIS, 2006). Segundo a mesma autora, nesse tratamento, eram utilizados principalmente os pés e as mãos, mas, em alguns casos, eram feitas pressões nos dedos dos pés, pulsos, tornozelos e joelhos.4,5,8,18,19
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http://reflexologyinstitute.com/reflex_fitzgerald.php
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Dr. Joe Shelby Riley
1913 – EUA
No período de 1913 a 1920, Dr. Joe Shelby Riley (1889–1946) tornou-se interessado em Terapia Podal, depois de uma palestra do Dr. Fitzgerald em sua Escola Riley of Chiropractic.4,6,8
Ele começou fazer sua própria investigação clínica e implementar suas técnicas e procedimentos com a Terapia Zonal.1,2,3
Iniciou sua experiência, promovendo tratamentos em grande número de pacientes e percebeu grandes resultados, sem precisar fazer uso de drogas em seus pacientes. Escreveu doze livros sobre a Terapia de Zona: o primeiro em 1917, e a décima segunda edição em 1942, intitulado “Zona Reflex”. (BRESSLER, 1996).4,6,8
Através de seus estudos, o Dr. Riley acrescentou zonas entre as mãos e os pés além de detalhar os primeiros diagramas de pontos reflexos encontrados nos pés.4,6,8,11
fonte imagem: http://wellnesslifezone.com/
Eunice D. Ingham
1930 – EUA
Foram os pesquisadores Fitzgerald, Bowers e Riley que desenvolveram e aprimoraram a Terapia Zonal; porém, a fisioterapeuta e assistente do Dr. Joseph Shelby Riley, Eunice D. Ingham (1879-1974), no início do ano 1930, usou essa terapia em seu trabalho, obtendo bons resultados. É ela que, segundo os autores, é a responsável pelo aperfeiçoamento e disseminação da técnica. O trabalho de Eunice D. Ingham, no “desenvolvimento da moderna Terapia Zonal e no mapeamento dos pés foi tão importante que ela se tornou conhecida como a Mãe da Reflexologia”. (BOOTH, 2000,p18).4,6,8,11,20
Eunice D. Ingham fez a descoberta surpreendente e afirmou: “os reflexos nos pés são a imagem especular e fiel dos órgãos, funções e estruturas do corpo humano.”4,6,8,11,20
Eunice D. Ingham divulgou e renomeou a técnica, para Reflexologia Podal e desenvolveu os mapas e as teorias que embasam o ensino moderno. (DOUGANS; ELLIS, 2006; BOOTH, 2000). Ingham entendeu na prática que todo o corpo poderia ser beneficiado pela aplicação de pressão as zonas situadas nas mãos e nos pés. Escreveu dois livros intitulados:
- Stories The Feet Can Tell (1938), História que os Pés Podem Contar.
- Stories The Feet Have Told (1963), Histórias Contadas pelos Pés;
(DOUGANS; ELLIS, 2006; HALL, 2007; FELICIANO; CAMPADELLO, 2004).4,6,8,11,20
fonte imagem:
http://www.reflexology-usa.net/history.htm
http://www.terapeak.com/worth/stories-the-feet-can-tell-have-told-by-eunice-ingham-stopfel-reflexology-books/181889012874/
Charles Scott Sherrington
1932 – GRÃ-BRETANHA
O Britânico Charles Scott Sherrington (1857-1952), foi um neurofisiologista e patologista, estudou a medula espinhal e mais tarde problemas com reflexos espinhais. Foi agraciado com o Nobel de Fisiologia e Medicina de 1932 por provar que todo o sistema nervoso e corpo se ajusta a um estímulo, em seguida, ele é aplicado a qualquer parte do corpo.6,21
fonte imagem: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a6/Prof._Charles_Scott_Sherrington.jpg
Doreen Bayly
1960 – GRÃ-BRETANHA
Doreen Bayly (1900-1979), discípula de Eunice D. Ingham, introduziu na Grã-Bretanha a Reflexologia Podal e fundou a escola de formação “A Escola Bayly de Reflexologia” e começou a treinar outros profissionais. Após sua morte, um de seus alunos, Nicola M. Hall, assumiu a escola e mais tarde formou a Associação de Reflexologia Britânica, em 1986.14,22,23
fonte imagem:
http://www.ecolebayly.ch/
http://www.simonandschuster.com/books/Reflexology-Today/Doreen-E-Bayly/9780892812844
Hanne Marquardt
1967 – ALEMANHA
Hanne Marquardt, estudou com Eunice D. Ingham, no final de 1950, aperfeiçoou e criou sua escola e vem difundindo a prática da reflexologia na Alemanha.14,24,25
fonte imagem: http://urano.blob.core.windows.net/share/i_autores/00049/00049b.jpg
Charles Ersdal
1970 – NORUEGA
Havia um jovem na Noruega com o nome de Charles Ersdal (1939-1995) que sofria de paralisia no lado esquerdo do corpo. Ele ouviu falar da técnica reflexologia e permitiu que um amigo dele, Einar Svendsen, um quiroprático e reflexologista, para tratá-lo.4,6,26
Einar tratou Ersdal durante um período de dois anos que resultam na cura da sua paralisia. Esse episódio despertou a curiosidade de Ersdal e ele começou estudar a reflexologia. Ele estava particularmente interessado em descobrir por que a reflexologia ajudava em alguns pacientes, mas não em outros.4,6,26
Uma noite, enquanto Charles estava dormindo, ele recebeu a resposta à sua pergunta em um sonho. Foi-lhe dito que o corpo precisava ser tratada na sua totalidade e não apenas em pontos reflexos. Também foi mostrado o canal da coluna vertebral, os órgãos e sistemas do corpo uma vez que são reduzidos a três dimensões dos pés. Charles continuou seu estudo sobre o corpo humano e fisiologia e mapear o corpo sobre os pés.4,6,26
Em meados da década de 1980, abriu uma clínica em Kristiansand, Noruega, chamado de Centro de Medicina Alternativa, onde tratou pacientes e ensinou seu método. Charles também ensinou na Finlândia, Suécia, Rússia e no Colégio Europeu de Medicina Natural na Alemanha.4,6,26
fonte imagem: https://tunmed.files.wordpress.com/2011/11/charles_ersdal.jpg
MÉTODO
O Método Ingham de Reflexologia predominou no Ocidente onde o enfoque é no relaxamento e equilíbrio dos sistemas do corpo, com o terapeuta ajustando constantemente a pressão para evitar desconforto, sem o uso de aparelhos, utilizando-se apenas as mãos. A perspectiva é holística e o terapeuta leva em conta o impacto que o estilo de vida do cliente exerce em sua saúde.27
O Método Ingham de Reflexologia é usado principalmente para relaxar a tensão. Os médicos concordam que mais de 75% dos nossos problemas de saúde podem ser ligados ao estresse nervoso e tensão. Reflexologia melhora os nervos, o suprimento de sangue, e normalizando-os naturalmente.28
CONCLUSÃO
Assim como a ciência médica contemporânea se tornou o que é hoje através de um processo evolutivo, o mesmo pode ser dito da Terapia Podal.29
Atualmente existem milhares de praticantes no mundo todo, e por esse motivo é inevitável que haja uma infinidade de variações na visão e na prática.
Acredito que não haja melhor ou um pior. Os Métodos Orientais e Ocidentais se complementam perfeitamente. A diversidade vem para somar e beneficiar a humanidade como um todo.
Gratidão por todas as pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da Terapia Podal, graças a elas, muitas pessoas tem acesso a alternativas para prevenir de doenças, restaurar a saúde e bem-estar físico e mental.
Espero que o presente artigo tenha acrescentado algo positivo na sua vida, compartilhe para que mais pessoas despertem para o conhecimento de alternativas para proporcionar saúde, bem-estar e felicidade.
A ARTE JAPONESA DE REFLEXOLOGIA PODAL
REFERÊNCIAS
- http://www.infoescola.com/
- http://lyndabuckingham-reflexology.co.uk/
- THE REFLEXOLOGY MANUAL, Pauline Wills, ISBN 1-85906-181-8, Great Britain in 2005, Connections Book Publishing
- http://wellnesslifezone.com/
- http://centrodeconvivencia.xpg.uol.com.br/
- http://mindbodyandsoleonline.com/
- https://commons.wikimedia.org/
- http://www.nucleogra.com.br/reflexo/ – REFLEXOLOGIA: HISTÓRIA E ATUALIDADES – Leila Mazlum, Prof. Graciela Mendonça Medeiros
- Apostila Reflexologia, Profº Jefferson Martucci GabosBRESLLER, Harry Bond. Zone therapy. The Willianas Printing
- Company. Richmond. Virginia –U.S.A. 19962-LEITE, F.C.;
- REFLEXOLOGIA PODAL, Osni Tadeu Lourenço, Ground, 2002
- REFLEXOLOGIA MASSAGEM PODAL, Rômulo B. Rodrigues, Ed. Clube de Autores, Brasil, 2016
- REFLEXOLOGIA ENERGÉTICA, Alberto Feliciano, Pier Campadello, Madras, 2004
- REFLEXOLOGIA GUIA PRÁTICO, Nicola Hall, Callis, São Paulo, 1997
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_Pavlov
- https://en.wikipedia.org/wiki/Vladimir_Bekhterev
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Head
- http://reflexologyinstitute.com/
- https://archive.org/details/zonetherapyorrel00fitziala
- http://www.reflexology-usa.net/history.htmhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Scott_Sherrington
- http://www.britreflex.co.uk/content/the-ba
- yly-school-of-reflexology
- http://www.hayleybrookes.com/index.php?p=8
- http://www.marquardt-fussreflex.de/
- http://fussreflex.de/
- http://www.thehealthyhomeeconomist.com/foot-zone-therapy-part-2/
- A BÍBLIA DA REFLEXOLOGIA, Keet, Louise, Brasil: Pensamento, 2011.
- http://www.reflexology-usa.net/facts.htm
- NEW FOOT REFLEXOLOGY, Father Josef Eugster & Dr. Eugene Cheng, Taiwan: Cosmax, 2007.
* Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos e outros especialistas.
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