O Melhor Mapa de Reflexologia Podal

por | 28 mar, 2020 | História

Introdução

Muitos alunos e seguidores, alguns até um pouco aflitos, me perguntam a respeito dos Mapas de Reflexologia Podal. São comuns perguntas como “Por que existem tantos mapas?”, “Qual a diferença entre os mapas X e Y?” e “Afinal, qual mapa devo seguir?”. Neste artigo iremos nos aprofundar nesse tema. Meu objetivo é que os leitores possam ter uma compreensão mais ampla acerca do mapeamento dos pés e, assim, diminuir suas preocupações quanto a como devem caminhar em suas jornadas.

Por que Existem Diferentes Mapas?

O primeiro registro da Terapia Podal data de 2330 a.C. e foi encontrado na tumba do médico Ankmahor em Saqqra, no Egito. No entanto, alguns estudos da Terapia Podal sugerem que ela já era praticada na China há 5 mil anos e que, antes de lá, era praticada na Índia. Veja mais detalhes da trajetória da Reflexologia Podal.

Fonte imagem: http://naturalsoles.uk/ – http://atlantisonline.smfforfree2.com/

A prática da Terapia Podal é muito antiga e, assim como ocorre com a medicina moderna, esses 5 mil anos de história lhe garantiram um processo evolutivo. A ausência de uma organização que padronize a atuação dos profissionais desse tipo de terapia — uma das responsabilidades da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a medicina moderna — torna inevitável que diversas teorias, visões e técnicas da Terapia Podal surjam e, consequentemente, que muitos mapas distintos sejam utilizados.

Mapas Orientais e Ocidentais

Nesse ponto, gostaria de trazer para vocês um pouco da história dos mapas orientais e ocidentais da atualidade, além de apresentar minha interpretação sobre eles. Assim, evitaremos ter minha forma de interpretá-los como um dogma e ficará aberto o espaço para que outras pessoas possam argumentar sobre o assunto e compartilhar outros materiais comigo. Assim, poderemos contribuir não só com este artigo, mas também com a Terapia Podal em si.

ORIENTAL: Hinduismo, Buda, China e Egito

Desde seus primórdios, o Hinduísmo traz uma representação da Deusa Lakshmi, a Deusa da Prosperidade, massageando os pés do Deus Vishnu, o Deus responsável pela manutenção do Universo. Mesmo na atualidade, venerar o sábio ou o divino através dos pés é uma tradição enraizada entre a cultura da Índia, onde provavelmente surgiu a Terapia Podal.


Fonte imagem: https://en.wikipedia.org/wiki/Shesha#/media/File:Sheshashayi_-_Laxminarayan_by_DHURANDHAR_MV.jpg

Também na Índia, existe uma lenda sobre o Grande Shakyamuni Buda. Segundo ela, o Buda praticava um tipo de terapia nos pés que foi passada para os seus discípulos e, assim como seus ensinamentos espirituais, se espalhou por toda a Ásia. Atualmente, existem milhares de pés de Buda espalhados pela a Ásia, cada um com seu próprio estilo artístico, motivo, significado e valor estético.

As esculturas de pés de Buda costumam estar cobertas de figuras sagradas e auspiciosas de sua vida. É muito provável que essas imagens estejam relacionadas diretamente com a essência espiritual da vida do Buda, não com abordagem terapêutica que conhecemos como Reflexologia Podal. Pois, ainda que aparentemente essas figuras não sigam uma ordem ou padrão, a Roda é uma figura presente em todos eles, representando o ensinamento e as leis pregadas por Buda. No entanto, não se descarta a possibilidade de que o Buda e seus seguidores terem praticado alguma forma de cuidados do corpo através dos pés.


Fonte imagem: http://www.vanishingtattoo.com/

No Budismo e em diversas outras culturas, encontramos exemplos de “pegadas sagradas” esculpidas em pedras para representar, através de uma escultura de um pé, a passagem de um ser iluminado encarnado em um corpo humano. Em Roma, na igreja Domine Quo Vadis, existe uma escultura do pé de Jesus. Já segundo a tradição islâmica, é possível encontrar a representação dos pés do profeta Muhammad em Jerusalém.


Fonte imagem: https://laviebohemetravel.wordpress.com/ – http://ahadees.net/

Como citei anteriormente, no Egito Antigo já se praticava uma forma de tratamento através dos pés. Mas podemos ir ainda mais longe. Conforme a autora Maria Kuabara e o autor Hang Xion Wen, a Terapia Podal era praticada na China como medicina popular, mas não atingiu o grau de desenvolvimento científico, como ocorreu com a acupuntura e com a farmacologia chinesa. Seu primeiro registro ocorreu há 5 mil anos, em um livro médico chinês Hwang Tee (texto interno), onde é chamado de “método do pé examinador” ou “centro do pé de Tao”.

É difícil saber se na Índia, na China ou no Egito existia algum tipo de mapeamento para delimitar áreas em que se deveria estimular algum órgão (ou estrutura do corpo) através dos pés. Essa dificuldade decorre dos próprios acontecimentos históricos, como por exemplo a ordem do imperador da nova dinastia Quin (260 a 210 a.C.) para queimar todos os livros e registros antigos, além de executar muitos sábios.

De modo geral, o oriente contribuiu na Terapia Podal com uma forte influência da espiritualidade, mas também com conceitos de energia e integração com os elementos da natureza e com o Universo.

OCIDENTAL: Zonas Reflexas

No ocidente, o avanço da Terapia Podal se deu majoritariamente a partir de 1913, com o trabalho do Dr. William Hope Fitzgerald (1872 – 1942), um renomado médico estadunidense, cirurgião e especialista em otorrinolaringologista. Segundo ele, o corpo está dividido em 10 zonas longitudinais, tal que cada pé e cada mão se associa a cinco destas áreas. Conforme essa teoria, cada zona do corpo corresponde a uma parte específica do mesmo e partes distintas podem influenciar umas às outras através de seu fluxo de energia.


Fonte imagem: https://static.wixstatic.com/

Dr. Joe Shelby Riley

Entre 1913 e 1920, o Dr. Joe Shelby Riley (1889 – 1946) tornou-se interessado em Terapia Podal após assistir uma palestra do Dr. Fitzgerald. Em seus estudos, o Dr. Riley acrescentou zonas entre as mãos e os pés, além de detalhar os primeiros diagramas de pontos reflexos encontrados nos pés.


Fonte imagem: https://www.reflexologiaybienestar.com/origen-y-beneficios-de-la-reflexologia/

Eunice D. Ingham

Eunice D. Ingham, considerada a mãe da Reflexologia Podal, afirmou a partir de suas descobertas que “os reflexos nos pés são a imagem especular e fiel dos órgãos, funções e estruturas do corpo humano”, além de transferir a imagem da anatomia do corpo para os pés. Ela foi responsável por divulgar e renomear a técnica para Reflexologia Podal, além de ter desenvolvido os mapas e as teorias que embasam o ensino moderno.


Fonte imagem: http://www.reflexology-usa.net/books.htm

Observe que, ao longo do tempo, a linha de raciocínio foi se refinando. Partindo das zonas longitudinais do Dr. Fitzgerald, passando pelo detalhamento do diagrama das linhas longitudinais do Dr. Wiley até, por fim, chegar à representação e à projeção do corpo humano nos pés, realização de Eunice Ingham.

Miniatura do Corpo – Microssistemas – Bio-Holograma

Em 1973, o Dr. Zhang Yingqing apresentou a Teoria Bioholográfica. Essa teoria o levou a descobrir a unidade estrutural e funcional unificada que chamou de “ECIWO”, um acrônimo para “Embrião Contendo a Informação de Todo o Organismo”. Fica clara a relação entre a teoria do Dr. Yingqing e a afirmação de Eunice Ingaham acerca do corpo humano.

ECIWO é um novo ramo da biologia que estuda a lei da correlação holográfica nas propriedades biológicas entre as partes e o todo.


Fonte imagem: http://www.karen-lass.de/eciwo.html

Terapia Podal e o Bio-Holograma

Quando você coloca os pés juntos, irá encontrar uma semelhança impressionante em sua estrutura com a de seu corpo. Essa semelhança é classificada como o ECIWO de primeiro grau e caracterizada por propriedades biológicas muito semelhantes às do corpo. Portanto, é fácil compreender a prevalência da teoria de Eunice Ingham (chamada de Reflexologia Podal Moderna), segundo a qual existe uma miniatura do corpo em nossos pés. Observei centenas de mapas de Reflexologia Podal ocidentais e orientais e, apesar de ocorrerem algumas variações, a maioria deles compartilha a mesma estrutura principal da projeção de uma miniatura de um corpo humano.

A cabeça sempre vai estar localizada no hálux e nos artelhos, assim como o trapézio e pulmão estarão localizados na almofada. As vértebras, muito frequentemente estão localizadas na parte medial dos pés, enquanto os membros (superiores e inferiores) encontram-se na lateral do pé. Além disso, a genitália e o sistema reprodutor encontram-se sempre na região do calcanhar.

No processo de desenvolvimento do nosso Mapa Terapia Podal Japonesa, analizamos centenas de mapas Ocidentais e Orientais, Caso tenha interesse, acesse o meu banco de imagens dos mapas de Reflexologia Podal  e verifique esses padrões. Clique aqui.

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Áreas Extras

Nos mapas de Reflexologia Podal orientais, é possível encontrar algumas áreas adicionais, como a área do frio, a área de tratamento da insônia e a área da frequência cardíaca. Essas áreas provavelmente foram adicionadas por influência da Medicina Tradicional Chinesa.

Comprovação Científica das Áreas Reflexas

Hoje com as tecnologias de neuroimagem e das câmeras termográficas, é possível captar a relação da área reflexa específica estimulada no nosso pé e a parte a que ela corresponde em nosso corpo. Veja a pesquisa feita no Japão com as áreas reflexas do olho, dos ombros e do intestino. Veja com mais detalhe o efeito reflexo em nosso corpo.

Em outro experimento, é possível observar através da mudança de temperatura que o estímulo na área reflexa do trapézio nos pés ocasiona rapidamente o aumento da circulação sanguínea na área correspondente. Dessa forma, podemos constatar a localização das áreas reflexas e de suas correspondências. Espero que, em um futuro próximo, cientistas mapeiem todo o pé com o auxílio da neuroimagem ou de outra tecnologia.

Qual Mapa Seguir?

Acredito que não existem mapas certos ou errados. Você pode seguir aquele que compreender mais claramente, aquele a que seu corpo se adaptar melhor e, claro, aquele que trouxer os melhores resultados. Independente do uso das áreas longitudinais do Dr. Fitzgerald ou do mapeamento de Eunice Ingham, os resultados serão obtidos a partir do reflexo da mesma estrutura corpórea. Os mapas são representações artísticas bidimensionais que foram expressas pelo artista e que devem ser usados como referência, não como se fossem absolutamente precisos, afinal, o nosso corpo é tridimensional. No nível mais profundo, temos os nossos órgãos, nossas fáscias e nossas estruturas esqueléticas e musculares. Já no nível mais superficial, temos as estruturas linfáticas e tegumentares. Acredito que, quando você estimula a área reflexa do coração nos pés, estará também estimulando todas essas camadas e, muitas vezes, o mapa bidimensional não conseguirá representar isso com fidelidade.

CONCLUSÃO

Um mapa tem como principal função representar algo graficamente, em escala reduzida e padronizada, mas também delimitar uma área, organizar diversas áreas e orientar um caminho. Entretanto, cada indivíduo é único, tornando impossível aplicar uma padronização a todos eles. Isso estaria fugindo da própria essência da Medicina Holística ou Integrativa.

Quando estava trabalhando em um projeto de start-up, aprendi uma regra que é utilizada no Exército Canadense e que se aplica perfeitamente nesse contexto:

“Entre o mapa e o terreno, fique com o terreno.”

Isso significa que, se o mapa estiver mostrando um rio, mas no terreno só se vê areia, você não deve tentar nadar. Acredite no que você está vendo, no que está sentindo e em suas observações. O melhor “mapa” que podemos ter é o próprio pé do cliente, ele é o mapa mais fiel de todos e, com isso, teremos mais de 7 bilhões de “mapas” diferentes no mundo.

Espero que você tenha gostado deste artigo! Comente e compartilhe com seus amigos que trabalham com a Terapia Podal ou que estão iniciando nessa área.

Desejo muita saúde e felicidades.

Até a próxima.

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"O ato de receber estímulos nos pés, existe desde que o homem anda."

 
REFERÊNCIAS
A Mirror Reflecting the Entire World – Auspicious Signs on the Buddha’s Feet – Claudio Cicuzza Canal youtube: CreativeMornings HQ Father Josef Eugster & Dr. Eugene Cheng, New Foot Reflexology, Taiwan: Cosmax, 2007. 1. Hang Xion Wen, Maria Kuabara, Reflexologia Podal, São Paulo: Ícone, 2007. TV Fuji 1992 (Japan). Tomomi Nakamaru, Naoki Miura, Ai Fukushima, Ryuta Kawashima, Relações somatotópicas entre atividade cortical e áreas reflexas na reflexologia: estudo de ressonância magnética funcional, Japão: Elsevier, dezembro de 2008. Book: The Rwo Shur Health Method Cosmos: A Spacetime Odyssey, T1: E5 Escondido na luz

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